XP vê solicitação do processo de recuperação judicial como a alternativa mais provável, impactando acionistas; Morgan vê varejista cedendo fatia de mercado
Diante das informações recentes sobre a crise da Americanas (AMER3), que obteve na sexta-feira (13) na Justiça a suspensão por 30 dias do vencimento antecipado de suas dívidas, a XP divulgou relatório a clientes em que diz acreditar que a companhia tem agora dois caminhos possíveis.
Um deles deve ser a negociação de uma injeção de capital com os bancos. A XP fez uma análise de sensibilidade para estimar qual seria o tamanho de um eventual follow-on que daria conforto para os credores.
O valor a que chegou foi de R$ 12 bilhões a R$ 21 bilhões, a depender do nível de alavancagem e da margem Ebitda (Ebita, ou lucro antes de impostos, depreciações e amortizações, sobre receita líquida), dados que não são claros em razão das dúvidas que surgiram a respeito das demonstrações financeiras após os anúncios recentes. O relatório lembra que o valor de mercado da companhia está agora em R$ 2,8 bilhões, ante R$ 10,8 bilhões antes de o rombo aparecer.
O outro caminho deve ser a preparação para o pedido de recuperação judicial, alternativa que parece mais provável na avaliação da corretora, dado o tamanho da dívida da empresa e da potencial necessidade de capital, além do número de credores envolvidos.
Com base em dados passados de recuperação judicial, a XP disse ver quatro principais implicações não muito positivas para a Americanas (e para as suas ações) frente a essa possibilidade.
A empresa ficaria nesse estado delicado por um período longo, de no mínimo três anos. Sairia do Índice Bovespa (Ibovespa), porque deixaria de cumprir exigências para pertencer ao principal índice da B3, o que pode impactar negativamente a liquidez.
A “arrumação da casa”, ou seja, o rebalanceamento da estrutura de capital pode ser feito por venda de ativos, renegociação de dívidas, conversões de dívidas em ações e aumento de capital. No entanto, a dissolução da companhia não é descartada.